05 abril 2006

As Janelas .....

REUTERS/Morteza Nikoubazl
foto: Susana Castro, 2006
Poemas Inconjuntos Não basta abrir a janela Para ver os campos e o rio. Não é bastante não ser cego Para ver as árvores e as flores. É preciso também não ter filosofia nenhuma. Com filosofia não há árvores: há idéias apenas. Há só cada um de nós, como uma cave. Há só uma janela fechada e todo o mundo lá fora; E um sonho do que se poderia ver se a janela se abrisse, Que nunca é o que se vê quando se abre a janela. Alberto Caeiro
Todos gostamos de olhar da janela e, da janela da nossa casa poderemos abarcar uma área de expansão visual satisfatória. E, quanto mais alta estiver a janela, maior a possibilidade de termos um alcance visual do horizonte muito maior.
Assim se passam com os olhos. Ou seja, quanto mais altos nós formos, maior é o nosso campo visual. Com esta ideia podemos associar estes dois elementos porque, as Janelas estão para as Casas assim como os Olhos estão para o nosso Corpo.
Encontramos olhos castanhos, pretos, azuis, verdes, cinzentos e podemos encontrar janelas debroadas nesses matizes.
Encontramos olhos mais elaborados, mais pintados, mais expressivos e aí temos as janelas a acompanhar. Por exemplo, uma janela alentejana, uma janela manuelina, uma janela de uma casa açoreana.... Os olhos transmitem-nos outras informações. Olhamos para alguém e podemos ver se está triste, alegre, doente, saudável, aprensiva, preocupada, assustada, etc.
Temos o hábito de dizer, vou falar olhos-nos-olhos ou olhar-bem-nos-olhos para aquele indivíduo. E porquê! Porque assim poderemos entrar nessa pessoa, apenas com o olhar, podemos intimidar, podemos fazer rir, podemos acalmar, relaxar, hipnotizar, apaixonar.....mas podemos também olhar com maldade, com intenção de magoar de prejudicar. E os olhos fazem.
Já repararam que, quando alguém morre, a primeira coisa que se faz ao cadáver, ao morto, é cerrar os olhos?
Fecham-se as janelas da alma!!!....
Este é o meu pequeno Ponto(s) de Vista de hoje, com janelas castanhas!