Quando Neptuno se revolta ....
Pátria
Por um país de pedra e vento duro
Por um país de luz perfeita e clara
Pelo negro da terra e pelo branco do muro
Pelos rostos de silêncio e de paciência
Que a miséria longamente desenhou
Rente aos ossos com toda a exatidão
Dum longo relatório irrecusável
E pelos rostos iguais ao sol e ao vento
E pela limpidez das tão amadas
Palavras sempre ditas com paixão
Pela cor e pelo peso das palavras
Pelo concreto silêncio limpo das palavras
Donde se erguem as coisas nomeadas
Pela nudez das palavras deslumbradas
— Pedra rio vento casa
Pranto dia canto alento
Espaço raiz e água
Ó minha pátria e meu centro
Eu minha vida daria
E vivo neste tormento
Sophia de Mello Breyner Andersen
Hoje o dia estava para se colocar um poema desta nossa escritora. E meti-me no carro e fui ver o mar e a revolta dos seus deuses.
Fica esta imagem parada para vós porque, os meus olhos contemplaram muito, mas muito mais! Esta é uma das vantagens de se viver numa ilha.... o mar mesmo ao nosso lado e poder disfrutar destas maravilhas da natureza.
Hoje recorro aos ensinamentos dos meus companheiros bloguistas das imagens: Maria P. e Rui Pestana.
Este é o meu pequeno Ponto(s) de Vista de hoje!
4 Comments:
O mar aos pinotes. Anda borrasca por aí...
Quem terá enfurecido Neptuno se os céus têm estado tão calmos? A namorada deve ter feito alguma...
Quem terá enfurecido Neptuno? Os céus têm estado tão calmos...
Que imagem belíssima. Aposto que as gaivotas estavam em terra... :)
Abraço amigo!
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