18 maio 2006

Vício(s) ............

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Soneto da Fidelidade

De tudo, ao meu amor serei atento

Antes, e com tal zêlo, e sempre, e tanto

Que mesmo em face do maior encanto

Dele se encante mais meu pensamento.

Quero vivê-lo em cada vão momento

E em seu louvor hei de espalhar meu canto

E rir meu riso e darramar meu pranto

Ao seu pesar ou seu contetentamento.

E assim, quando mais tarde me procure

Quem sabe a morte, angústia de quem vive

Quem sabe a solidão, fim de quem ama

Eu possa me dizer do amor (que tive):

Que não seja imortal, pôsto que e chama

Mas que seja infinito enquanto dure.

Vinícius de Moraes

Vício, s.m. defeito pelo qual uma pessoa ou uma coisa se afasta do tipo normal; mau hábito; costumeira; erro; libertinagem; desmoralização.

Dicionário da Língua Portuguesa, Fluminense, Lisboa, Julho de 2001

Acordei normalmente com o latir do meu Círo Augusto. O relógio marcava as 6 em ponto. Boa hora para acordar, mas que vou fazer...nada!!! Reparei com aquela atitude um vício instalado no meu Círo... querer fazer o último sono junto do dono. Sim. Como todo o Labrador Retriver que se preze, a acompanhar a hiper inteligência associa-se o seu imenso gosto por ter uma companhia por perto. E nada como o dono, aquele que lhe entende o olhar, o ladrar, o latir, a postura da cabeça, das orelhas, o suspiro, o sonho....

Mas como todos os vícios, somos os reponsáveis pelo nascimento, pelo desenvolvimento e perpetuação.

Para o caso de Sua Excia. o Dom Círo Augusto (Círo, nome de rei persa), bastou, apenas, abrir-lhe uma vez a porta do meu quarto para estar comigo, que logo soube saltar para a cama e anichar-se ao fundo dela sobre o edredon e, na sua rica cabeça, ficar registado telegraficamente: 6.00 AM - LATIR - DONO-ABRE-A-PORTA - CAMA - 15 MINUTOS.

Agora, como todos os vícios, bons ou maus, lá temos que o(s) combater.

Hoje comecei a combater esse vício, não abrindo a porta, de forma a que o Círo Augusto aprenda a regra: cada um tem o seu espaço e que não se deve quebrar o limite das nossas personalidades e liberdade.

Mas, se alargar a análise aos vícios que nós encontramos por aí, mais que combater, temos que fazer o alerta aos que a têm, para os seus efeitos e as consequências sobre eles e sobre terceiros que sofrem com os nossos maus vícios. Alertar para o desmoronamento da personalidade, alertar para o vazio de uma vida levada daquela maneira, alertar para o risco da acção sem os devidos cuidados, etc, etc.

Vício do álcool, do tabaco, do jogo, do sexo, do roubo, da mentira, de matar, de........

Mas há vícios bons?!!!!

Este é o meu pequeno Ponto(s) de Vista de hoje!

7 Comments:

Blogger Clotilde S. said...

O que os vícios possuem em comum, é essa particularidade de, à partida, surgirem de coisas boas, que sabem bem, que satisfazem, dão prazer ou colmatam alguma carência.Usa-se, abusa-se e chegam as consequências nefastas. E como tudo o que é demais, tem demasia,os vícios acabam por ser maus. Alguns.Nem todos. O Dom Circe estava com um vício bem bom, tu é que não deixas.hehehehe E depois, pensando bem, há vícios excelentes. Ler. Escrever.Passear. Estou como diz a outra...sei lá! Tanta coisa!

quinta-feira, maio 18, 2006  
Blogger Som do Silêncio said...

Li um comentário feito por ti num blog, e despertou-me a curiosidade em ver o teu blog.
Parabéns, gostei.

quinta-feira, maio 18, 2006  
Blogger _+*Ælitis*+_ said...

Eu ontem fotografei todos os meus vicios e pretendo falar sobre o assunto amanha.

Que quer dizer mas sem eivismo de brejeirice ?

quinta-feira, maio 18, 2006  
Blogger isabel said...

Lembrei-me do teu post sobre o "6". Fui ver a expo de Frida Khalo, interessantissima, e reparei que ela refere esse nº em várias pinturas. Vou postar sobre o assunto...

Quanto ao Dom Ciro...é verdade que "cada macaco no seu galho"...mas já reparaste que quadro lindo?

Um abraço

quinta-feira, maio 18, 2006  
Anonymous Anónimo said...

Os desejos, os vícios e as perversões servem apenas como forma de evasão e preenchem a vida com uma falsa e curta felicidade sob a forma de uma gratificação imediata mas com um preço elevado a pagar. Os vícios acabam por diminuir a liberdade, eacabamos por passar de um v+ício para outro, exprimentando mil sensações sem nunca chegar a lugar nenhum. São procurados como forma de compensação de algo e acabam por se tornar autodestrutivos. Mas como o homem é capaz do mal e do bem, basta que encontre um equilibrio entre os valores opostos. Como diz Aristóteles, "tanto a virtude como o vício estão em nosso poder. Sempre que está em noso poder fazer, está-o também não fazer, e sempre que está em nosso poder o não, está-o também o sim, de modo que se está em nosso poder agir quando é belo fazê-lo, estará em nosso poder não agir quando é prejudicial". Bom tema!

quinta-feira, maio 18, 2006  
Anonymous Anónimo said...

Acho que há vícios bons...quer dizer, deve haver: eu é que não conheço nenhum :P LOL!

Abraço e bom fim de semana

sexta-feira, maio 19, 2006  
Anonymous Anónimo said...

Se considerarmos que um vício é algo que remete a uma repetição de comportamentos, gerando um hábito, que por sua vez leva a uma dependência mental ou fisiológica em função daquele comportamento, então acho que nem tudo pode ser mau...................
Há com certeza vícios "bons" como por exemplo o vício da cultura, o vício do desporto, de ter bons amigos, enfim.......ser FELIZ pode ser um vício..........
Já agora vale a pena pensar nisto..

sábado, maio 20, 2006  

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