CANÇÃO
Hoje venho dizer-te que nevou no rosto familiar que te esperava.
Não é nada, meu amor, foi um pássaro,
a casca do tempo que caiu,
uma lágrima, um barco, uma palavra.
Foi apenas mais um dia que passou
entre arcos e arcos de solidão;
a curva dos teus olhos que se fechou,
uma gota de orvalho, uma só gota,
secretamente morta na tua mão. Eugénio de Andrade Nada, nada, nada mesmo......
Hoje entretenho-me com pequenas coisas que, numa roda viva me colocam e me dão sentido para a minha existência. Ou seja, para parecer que sou um terrrestre com atitudes normalíssimas de terráqueo.........
O dia acordou normal!
Não chove, não há sismos, não há sol, não há assuntos interessantes nas notícias. Liga-se a TV e as notícias são uma repetição, um enfado.
Não há uma descoberta científica, não se terminou com as guerras, não se terminou com a fome, não se terminou com as injustiças, ....Nada! Mesmo nada.
Absoluto!!! como a vodka!
"Tu és nada!!!", ouvi eu da rua, logo após iniciar as lides matinais de quem acorda e tem que repetir os gestos normais de cidadão padronizado.
Tu és vazio, és opaco, não existes, não prestas, coisa alguma, não és matéria, nada, nada, nada...é o que de menos bom se pode dizer aqui, onde vivo..... Até aqui na minha rua as coisas são iguais ao mundo..... Nada, mesmo......
Este é o meu pequeno Ponto(s) de Vista de hoje!
4 Comments:
Sempre existe a maravilhosa vodka (esse maravilhoso néctar) para preencher determinados vácuos.
Beber é um prazer.
Longe de mim atitudes embriagadas... Adoro sorver a textura desse líquido do leste, sentir o paladar que a maioria reduz ao simplório epíteto de «alcoólico». Gosto da Absolut fabricada na Suécia, mas a minha predilecta é a Nemiroff ucraniana... cortesia de um grande amigo de leste.
Abraço Rui!
Como nada amei, nem fiz
Quero descansar do Nada
Amanhã serei feliz
Se para amanhã há estrada...
(F. Pessoa)
São dias. Há dias assim. Vale-nos o entretém das pequenas coisas, quantas vezes tão mais importantes que as grandes coisas.
Um abraço de amizade
Pois é, há pequenos nadas que são tudo o que nos interessa fazer/dizer num determinado momento.
Dada a confusão geral que caracteriza as festas do Senhor Sa to Cristo, nem sequer saí de casa, mas ontem o "Senhor" acenou-me com uma vontade quase incontrolável de degustar umas lapas e beber uma geladinha ............. lá fui e percebi que a insignificância de determinados "apetites" pode gerar momentos de grande prazer (embora a companhia não tivesse sido lá das melhores, mas isso são outras histórias......
Um abraço
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